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Atualmente ando em crise com esse lugar, as coisas não estão mais funcionando por aqui (será que um dia funcionou?) é tanta violência, trânsito conturbado, as pessoas não valorizam mais nada, nem pais, nem filhos (tudo bem que isso é em todo lugar) e muito menos patrimônio publico e natureza. Vamos sugar até não dar mais, os governantes só fazem o que lhe convém. A saúde, a política e a educação aqui estão indos de mal a pior, as crianças só aprendem agora na escola a se defender de assalto, a que ponto vai se chegar?
Chego a ser pessimista em acreditar que é daqui para a pior, e o que a gente pode fazer para melhorar? Nada? Talvez sim, talvez não. Mas preferimos nos acomodar em apenas falar mal, porque assim já somos grandes pessoas, com pensamentos críticos, lutamos pelo que queremos… ai, ai quanta hipocrisia. Que vida é essa?
No fantástico passou a reportagem que Belém é o terceiro lugar do Brasil que junta 710 quilos de lixo, sem educação ou é a inexistência dela? E a violência? “A violência em Belém chegou ao absurdo. Foram 245 em dois meses e uma média de quatro mortes por dia. No mesmo período, em todo o território do Iraque, foram registradas 554 mortes. O Iraque é um país em guerra, inseguro e cheio de atentados, todos os dias. Mas, por incrível e assustador que seja. Belém possui metade das mortes que ocorrem lá. Isso é desesperador e o Estado precisa agir com urgência”, afirma Flexa Ribeiro.
E a saúde? Essa é puro descaso, vivemos num local que tem mais farmácia do que lazer, nem vamos lembrar o que aconteceu na Santa Casa de Misericórdia, haja misericórdia mesmo, mais de 30 mortes de bebês em poucos dias, esse local se tornou um extermínio de bebês. E o HPSM da rua 14 de março, esse realmente  é o caos, tem gente morrendo no meio do caminho do hospital e quando diz que estão levando para esse hospital, já sabem que vão morrer, não tem médico, não tem atendimento, não tem enfermeira, não tem leito, não tem nada, aí vem um pessoal  e diz, não temos verba para isso…. Faz me rir, né? Será que Dudu e Ana Julia quando têm alguma doença usam os nossos hospitais? Com certeza não.
E o turismo? Como fazer turismo num lugar desses, que não oferece infraestrura básica nem para a população, quanto mais para quem vem de fora. Turismo, agora eu tenho que falar… Fico triste e muito insatisfeita com o que fazem do turismo aqui. Revitalizam-se um espaço, uma praça, um patrimônio, a população esvai, elas são as ultimas das ultimas que utilizam esse local. Por que será? A maioria da população da cidade é pobre. Essa comunidade sai desse do local de origem, por não ter condições físicas e nem financeiras de ficarem lá, os oportunistas vem oferecem um dinheiro simbólico pela venda daquelas terras  e revendem em milhões as empresas de engenharia. E com isso vão descaracterizando aquele espaço começando a surgir os prédios, restaurantes, hotéis e praças. Os ricos é que vivem nos pontos turísticos de Belém, ou você já viu pobre no Boteco da casa das 11 janelas e na Estação das docas jantando? E dizem que isso é para melhorar o turismo e gerar renda para a população. Todos falam que Belém tem um potencial incrível, que é lindo e etc. Mas com a ausência das políticas públicas de planejamento e o desanimo dos estudantes de turismo para mudar esse cenário, NADA MUDARÁ. E nós estudantes de turismo mais uma vez, vamos engrossar as estatísticas de evasão do curso, desemprego, mudança para lugares que já tem um mercado pronto para o turismo e raros são os que ficam aqui e que acreditam ainda no turismo em Belém do Pará.

Luciana Souza, estudante do 5° semestre da UFPA.